segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Câmara de Braga deve 23 milhões a fornecedores

Ola amigos Trandeirenses,

No passado dia 19 de Fevereiro, o Diário do Minho noticiava nas suas páginas que a "Câmara de Braga deve 23 milhões a fornecedores".
"O montante acumulado das dívidas da Câmara Municipal de Braga aos fornecedores disparou, no início deste ano, para a casa dos 23 milhões de euros. Este valor corresponde a um agravamento de 300 por cento do incumprimento para com as empresas fornecedoras do Município ao longo dos dois últimos anos, uma vez que, em Janeiro de 2009, este tipo de dívidas estava casa dos sete milhões de euros."
Lendo a notícia publicada, apercebe-mo-nos que na degradação da situação financeira da Câmara de Braga ao longo, principalmente, dos últimos dez anos. Mas, também, identificamos as tais manobras para fazer parecer o que não é, ou seja, para encobrir o que realmente se passa e enganar o pacóvio. Os números divulgados estão presentes num relatório da autoria de um dos contabilistas da Câmara, que depois de o Sr. Presidente ter vindo explicar que há alguns dados que não foram bem considerados, veio mudar o seu relatório inicial. Mas modificou alguns dos números revelados? Não, mudou palavras, como se por magia, os números fossem diferentes! Ora atentem bem no que se passou:
A "situação das dívidas a fornecedores" passou a chamar-se "a situação perante os fornecedores"

Os "compromissos assumidos e não liquidados", passaram a chamar-se "os compromissos assumidos e não facturados"

Os "compromissos liquidados e não pagos" passaram as chamar-se "os compromissos facturados e não pagos"
Ou seja, mudam-se os termos para disfarçar a situação, porque os números, esses, não são possíveis de alterar. Honra-se os compromissos a tempo e horas? Faz-se boa gestão? Pois bem, muda as palavras, que o povinho não percebe e acredita em tudo o que lhe dão como bons carneiros que são. E os números? A isso ninguém liga, aliás, eu até chumbei a matemática...

Juntos por Trandeiras.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Os maus hábitos estão por todo o lado...

Ola amigos Trandeirenses,

Esta semana dei por mim a ler um texto, publicado num blog de leitura habitual e a notar como os maus hábitos estão por todo o lado, quem sabe copiados (tal e qual os nossos alunos fazem por essas Universidades afora, notícia saída à pouco na imprensa nacional) de uns para ou outros. Esse texto - que transcrevo abaixo - fala sobre a diferença de verbas destinadas a áreas de actuação municipal e da execução orçamental dos valores constantes no Plano e Orçamento, que inequivocamente demonstra a ausência de prioridades ou a sua definição deficiente. Neste caso concreto, fala-se de "Cultura" e "Desporto e Lazer", mas transpondo para a nossa freguesia, não é difícil encontrar casos semelhantes e a nível de execução orçamental, veremos os valores apresentados no próximo Relatório e Contas, sabendo do que foi orçamentado, em cada rubrica, no início de 2010 e o que foi efectivamente gasto.

O texto, de João Marques, é actual e, falando do município de Braga, é também do interesse de todos os Trandeirenses. Aqui fica:

"Na passada semana veio à estampa um trabalho jornalístico no jornal “Diário do Minho” onde se apontavam as enormes discrepâncias no investimento autárquico bracarenses nas rubricas de cultura e desporto.
Entre outras considerações sublinhava-se a gritante disparidade das opções da edilidade, que imputaria uma verba dez vezes superior ao desporto em prejuízo daquela imputada à cultura.
A edilidade sentiu claramente o toque e veio responder no passado sábado, no mesmo jornal, alegando que o jornalista se tinha esquecido de uma série de verbas afectas à actividade cultural, isto porque se baseara apenas nos números do Instituto Nacional de Estatística (instituição claramente tendenciosa e desinformada) e que, então, deveria aquele consultar a “magna carta” das contas da autarquia – o “Relatório e Contas”, dissipando, assim, quaisquer dúvidas.
Um convite tão sincero quanto despropositado. É que lendo o documento facilmente se percebe a razão do jornalista. Tomemos como exemplo o Plano Plurianual de Investimentos, plano que deveria envergonhar os responsáveis pela autarquia, com eternas repetições de obras do passado, algumas delas ainda à espera de efectiva concretização.
Olhemos, então, para o que lá está: 3.136.000€ para a “Cultura” e 7.034.400€ para o “Desporto, Recreio e Lazer” (talvez copiando a rubrica ofendamos menos a competência e consideração da CMB), estes eram os montantes que se antecipavam para 2009. Mas, dos montantes previstos a história reza apenas aqueles que são verdadeiramente executados. E aqui regista-se a verdadeira “débâcle”, é que o montante efectivamente executado é de apenas 497.342€, ou seja, executaram-se 15,9% do valor previsto. No “Desporto, Recreio e Lazer”, pelo contrário, são executados 84,5% do valor previsto, o que em dinheiro vivo se traduz na módica soma de 5.923.899€. Mais claro do que isto é impossível.
Temos, pois, que, bem feitas as contas, só no plano plurianual a diferença é superior às tais dez vezes que o jornalista “erradamente” cita.
Conquanto por aqui se prova que não é difícil pegar em números dispersos e alegar que a soma das partes é superior ao bolo geral, o difícil, como já foi também notado pelo jornalista em causa, é contraditar a abissal diferença nestas duas vertentes da actuação camarária.
Bem sabemos que a cultura não dá votos, como não desconhecemos que, enquanto não mudarem os protagonistas, esta é uma luta perdida no concelho. Quer nas manifestações culturais mais populares, quer nas mais eruditas a resposta de Câmara é, note-se, coerente, um coloquial “arranjem-se”.
Por outro lado, certamente que Braga agradece o esforço do jornal e jornalista envolvidos neste caso, mas para o bracarense anónimo salta à vista a evidência do quotidiano. “Quantos “teatros sintéticos” existem no concelho, quantos “festivais sintéticos” se realizam em Braga, quantas “bandas de música sintéticas” se apoiam? Quantas vezes se gastaram trinta milhões de euros do dinheiro dos bracarenses para eventos ou infraestruturas culturais como se gastaram para plantar campos de futebol por todo o concelho?
Estas são, no fundo, interrogações que em si mesmas dão resposta a qualquer dúvida sobre quais são as prioridades do poder socialista."

Juntos por Trandeiras.