sábado, 31 de dezembro de 2011

Votos de um Feliz Ano Novo 2012

Ola amigos Trandeirenses,

Mais um ano que se finda. Este ano de 2011 trouxe algumas preocupações e dificuldades e, apesar de o futuro parecer não apresentar melhorias, temos de ser nós a procurar sermos parte da solução e não parte do problema ou simplesmente ficarmos à espera que nos apresentem a solução.


"Que as realizações alcançadas este ano, sejam apenas sementes plantadas, que serão colhidas com maior sucesso no ano vindouro e sabendo que jamais haverá realmente Ano Novo, se continuarmos a copiar os erros dos anos velhos".
 Votos de um Feliz Ano Novo!


Juntos por Trandeiras.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Divídas, Empresas Públicas e Reforma da Administração Local

Ola amigos Trandeirenses,

Passou o Natal e caminhamos a passos largos para o dia de Ano Novo, com uma paragem pela frente, a Assembleia de Freguesia no próximo dia 29.
De qualquer modo, gostaria de partilhar convosco, antes do final do ano, um assunto que há já algum tempo (desde o dia 6 do presente mês, quando vi a notícia espelhada num jornal local) pretendia aqui abordar, mas que contudo nunca fui tendo oportunidade. Entretanto, depois da festa natalícia, chegou essa oportunidade, entre uma rabanada ou outra, juntando ainda algumas achegas mais.

Ora este assunto está intimamente relacionado com o processo da Reforma da Administração Local que temos vindo a abordar consecutivamente neste espaço. E a urgência em escrever sobre este tema instalou-se depois de ter passado os olhos por dois factos recentes: a aprovação, em Assembleia Municipal, este mês, de uma Moção apresentada pelo Partido Comunista que, na sua essência rejeitava liminarmente o Livro Verde da reforma do Poder Local em todos os seus eixos e de uma notícia do "Diário de Minho" de 25 de Dezembro, onde a Assembleia de Freguesia de Ruílhe aprovou uma moção no mesmo sentido.

Ora estas Moções rejeitam liminarmente a auscultação das populações e, principalmente, o devido esclarecimento destas. Pode ler-se na notícia sobre a Moção aprovada pela Assembleia de Ruílhe: "Os eleitos prometem ainda «protestar firmemente» contra as decisões tomadas sobre esta matéria sem ouvir as populações e os seus representantes..." - sou só eu que vejo a contrariedade desta ideia? Ora vamos aprovar uma Moção a rejeitar a Reforma e recusar esclarecer as pessoas e com elas debater e depois queixa-mo-nos que as pessoas não são ouvidas! As pessoas só não são ouvidas porque os "eleitos" se recusam a ouvi-las!
Depois a tal Moção contém uma série de baboseiras e inverdades que chega a roçar o ridículo que, pessoas que são responsáveis pela administração local, coloquem o seu nome a subscrever tal proposta. Dando exemplos: "...coloca em segundo plano uma verdade incontornável e assumida por todos os quadrantes políticos da sociedade portuguesa, que passa pelo facto indiscutível, de que um euro administrado e gasto pela administração local ser muito mais rentável e melhor gerido de que um euro gasto pela administração central."; ou "...«ninguém de bom senso duvidará» que a estrutura proposta não potenciará melhor racionalização de recursos, nem melhor rentabilidade, obrigando pelo contrário à implementação de estruturas com recursos mais onerosos na administração de territórios, mais amplos e com maior número de equipamentos."; e ainda, "A reforma administrativa preconiza a extinção de Juntas de freguesia com base «no pressuposto falso de que com isso se conseguirá, de forma significativa, uma poupança no Orçamento de Estado, esquecendo-se que as 4259 freguesias representam, apenas, um esforço de 0,1 por cento e que o poder local no seu todo representa actualmente 4 por cento da dívida pública nacional»."

Ora, lendo isto e sem um esclarecimento sério e responsável, facilmente se diaboliza a Reforma da Administração Local, refugiando-se na demagogia, no eleitoralismo e no populismo e decidindo-se rejeitar qualquer discussão. E, para além da discussão, rejeita-se um novo paradigma de lei eleitoral autárquica; limites de endividamento às empresas municipais; a proibição de criação de mais empresas municipais; mais competências para as freguesias; a reorganização do mapa autárquico; enfim, um novo modelo para a Administração Local. E focando-nos na questão das Freguesias o que o Livro Verde reclama é precisamente um caminho de proporcionar escala e dimensão às Freguesias, dotando-as de mais competências e de maior autonomia financeira e administrativa, sendo, para tal, necessário proceder a uma redução de órgãos de administração, pois é disto que se trata e não de extinção de Freguesias como alguns teimam em querer fazer crer.
Podemos e devemos debater os critérios para a redução do número de Juntas de Freguesia previstos no Livro Verde. Podemos e devemos propor outros caminhos; outros critérios; outros princípios. O que não é admissível é que se rejeite a discussão. Que não se queira dar contributos. Que se opte pelo marasmo. Pela continuidade. Pela irresponsabilidade. E foi isso que a Assembleia Municipal de Braga e a Assembleia de Freguesia de Ruílhe fizeram e, temo, é o que se pretende fazer na nossa freguesia.

E a propósito de custos, que se diz irem aumentar. Que se diz serem insignificantes. Que se diz ser a principal razão pela qual se faz a Reforma. Facilmente vemos que tal não corresponde inteiramente à verdade. Aliás, a Reforma da Administração Local não tem, no seu todo, como principal objectivo uma redução de custos, basta ler (sim ler, porque falar da Reforma - com autoridade como se vê por aí - sem sabermos de facto do que falamos é no mínimo irresponsável) o Livro Verde para nos apercebermos disso e desmontarmos facilmente os argumentos demagógicos e bacocos que por aí se vão ouvindo, da parte de quem não quer discutir com as pessoas este assunto.
Falemos então de custos. E falemos de Braga. Noticiou o "Diário do Minho" na sua edição de 6 de Dezembro que as "Empresas municipais de Braga duplicaram dívidas da Câmara". Dizia a notícia que as dívidas das empresas municipais da Câmara de Braga, que atingem mais de 85 milhões de euros, estão a fazer duplicar a dívida total do município. Estes são números do Livro Branco, publicado pelo Governo sobre o Sector Empresarial Local, e que colocam o concelho bracarense no segundo lugar, entre os municípios de todo o país, no que respeita à criação de mais empresas municipais. As dívidas das sete empresas em que a Câmara de Braga tinha uma posição relevante em 2009, quase igualaram a dívida directa da autarquia, fazendo o município responder por dívidas totais na casa dos 181 milhões de euros. Dessa verba, 85 milhões e meio de euros são imputados às empresas que constituem o sector empresarial do município, isto sem contar com os 23 milhões de euros que custa à autarquia a parceria público-privada, firmada com uma empresa de construção civil.
Lembram-se: "...um euro administrado e gasto pela administração local ser muito mais rentável e melhor gerido de que um euro gasto pela administração central." Será esta afirmação uma "verdade incontornável" ou um "facto indiscutível"?

E por fim, deixo só mais alguns dados, estes sim verdades incontornáveis: "Cada bracarense deve quase 24 mil euros". Os bracarenses são os que respondem pelo valor médio mais elevado da dívida privada dos catorze concelhos do Baixo Minho. Em média, cada um dos 181 474 cidadãos residentes na capital de distrito é responsável por um empréstimo bancário no valor de 23 832 euros, montante que duplica o valor da dívida imputada a um residente em Guimarães ou um cidadão de Famalicão. O anuário da região norte faz saber que, só à sua conta,a população e o sector empresarial privado de Braga contraiu quase 70% de toda a dívida dos seis concelhos da sub região do Vale do Cávado. O volume de empréstimos contraídos em Braga é praticamente 36% da totalidade dos empréstimos feitos ao sector privado dos 12 concelhos das sub regiões do Cávado e Ave. Estes números reportam-se a empréstimos contraídos pelo sector privado junto das instituições de crédito até ao ano de 2009 e são revelados pelo Anuário Estatístico da Região Norte para o ano de 2010, que o Instituto Nacional de Estatística publicou recentemente.

Vamos recusar discutir estas questões? Vamos deixar de esclarecer devidamente as pessoas e permitir, depois, que estas pensem por elas próprias e discutam em conjunto? Irão os eleitos, merecedores da confiança dessas mesmas pessoas, negar-lhes o direito de serem esclarecidas e de discutirem estes assuntos? Veremos. Mas quer-me parecer é que a recusa em debater com as populações (principais interessadas) e a rejeição linear do Documento Verde constituem, isso sim, um atentado a todos os princípios de um verdadeiro regime democrático.


Juntos por Trandeiras.

sábado, 24 de dezembro de 2011

A todos um Feliz Natal!

Ola amigos Trandeirenses,

Porque hoje é véspera de Natal, aproveitamos para desejar a todos vós um santo e feliz Natal, preferencialmente juntos das vossas famílias e amigos!
Votos de que o verdadeiro sentido e espírito do Natal cresça dentro de cada um de nós e nos ajude a contribuir para um futuro com mais esperança e mais próspero!


"As sementes da vida precisam de ser semeadas com paz e amor e, assim, poderem gerar o alimento que precisamos para viver. Viver com alegria, coragem e determinação de seguir adiante.
Viver o presente com sabedoria e plenitude para que o ontem seja um sonho de felicidade e cada amanhã uma visão de esperança.
Feliz Natal!"

Juntos por Trandeiras.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Assembleia de Freguesia - 29 de Dezembro

Ola amigos Trandeirenses,

Foi ontem entregue a documentação e respetiva convocatória para a Assembleia de Freguesia ordinária, referente ao mês de Dezembro, que se realizará na próxima quinta-feira, dia 29, e terá início pelas 21h30, na sede da Junta de Freguesia. O ponto principal da Ordem de Trabalhos será a discussão e votação da proposta de Plano de Atividades e Orçamento para o ano de 2012. Estranhamos a ausência da Ordem de Trabalhos da discussão e votação de uma proposta, remetida atempadamente ao Presidente da Assembleia, subscrita pelos elementos da Assembleia eleitos pela coligação "Juntos por Braga", referente à discussão pública do Ordenamento do Território, um dos eixos da Reforma da Administração Local em curso.




Aproveitamos para convidar todos os Trandeirenses a participarem na Assembleia de Freguesia. A nossa participação na vida da freguesia não se esgota com a ida à urna. Estarmos informados e esclarecidos e participarmos nas tomadas de decisão sobre os destinos da nossa terra são direitos adquiridos que muitas vezes são esquecidos ou feitos esquecer.

A este respeito diz o Artigo 84.º, da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro:

    "1 - As sessões dos órgãos deliberativos [Assembleia de Freguesia] das autarquias locais são públicas.
    [...]
    6 - Nas reuniões dos órgãos deliberativos, encerrada a ordem do dia, há um período para a intervenção do público durante o qual lhe serão prestados os esclarecimentos solicitados.
"


Juntos por Trandeiras.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Braga - Capital Europeia da Juventude 2012

Ola amigos Trandeirenses,

Braga será no próximo ano Capital Europeia da Juventude. Trata-se de uma grande oportunidade para mexermos como cidade e sermos vistos lá fora, promovendo a nossa cidade, as nossas raízes históricas e culturais e desenvolvermos um espírito de cidade e comunidade e, em especial, darmos destaque à nossa juventude, muitas vezes esquecida pela cidade, promovendo atividades e ações que aproximem os jovens da cidade e os fundam com toda a identidade da cidade.
Contudo, 2012 está já aí ao virar da esquina e pouco temos visto este evento publicitado e difundido. Se calhar muitos de nós ainda não nos tínhamos apercebido deste acontecimento e, os que sim, pouco ou nada mais sabem sobre o que vai acontecer e como poderemos fazer parte dele.
Ainda assim, foi ontem divulgado o vídeo "Todos Somos Braga", o primeiro vídeo promocional da CEJ 2012, sendo um elemento que, pelo menos, servirá para reforçar o espírito identitário dos Bracarenses e para os aproximar desta realização.


A título de curiosidade, chamo a vossa atenção para o momento 1m35s do vídeo onde temos a presença de um Trandeirense.


Juntos por Trandeiras.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Reforma da Administração Local - Algumas ideias

Ola amigos Trandeirenses,

Temos vindo a falar nos últimos tempos sobre a Reforma da Administração Local.
Sabemos que estamos na fase de discussão pública de um dos eixos dessa reforma, aquele que será porventura mais visível e mais suscetível de causar controvérsia. Deixamos, por isso, em "posts" anteriores as linhas gerais em que se processará essa reforma, de maneira a informar, mas também lançar a discussão sobre o assunto, que deverá interessar a todos, em especial, àqueles que têm responsabilidades inerentes ao facto de assumirem cargos eletivos.

Queremos, neste sentido, lançar aqui algumas ideias sobre esta matéria, resultantes de uma reflexão, que queremos alargada e partilhada.

O que se pretende com esta Reforma da Administração Local - que nos parece pertinente e necessária - é garantir uma maior qualidade e eficiência na gestão dos serviços e recursos públicos em Portugal, no fundo, fazer mais e melhor, com menos (o que nem sempre é fácil, mas dado o panorama nacional, nos parece possível). Este é o principal objetivo de toda esta ambiciosa reforma, que engloba um conjunto de medidas e retificações em vários quadrantes, que passam pelo sector empresarial local, pelo reforço e reformulação de competências locais, por um novo enquadramento legal local e por uma reorganização do território administrativo.
E é sobre este último aspeto que gostaríamos de focar o nosso discurso. E temos essa vontade, precisamente porque existe a oportunidade de sermos - todos, não só os eleitos locais - agentes ativos na construção desta questão. Dentro de aproximadamente, um mês e meio a discussão pública encerra sobre este assunto e se nós não conseguirmos debater qual a melhor maneira de se proceder a uma aglomeração de freguesias localmente, dar contributos para melhorar os critérios ou sugerir novos, discutir quais as especificidades e condicionantes que melhor serviriam os habitantes de Trandeiras, fruto de um debate sério e interessado, teremos como alternativa, um mapa definido pelo Governo central, sem olhar às especificidades inerentes a cada realidade, apenas guiada pela aplicação da Lei que será aprovada sobre este assunto e para a qual não teremos contribuído.

Por aquilo que nos foi dado a conhecer, através do Documento Verde e, também, de outras informações difundidas, a ideia da reorganização territorial assenta na agregação de freguesias, em termos de gestão, de forma a garantir uma maior coesão e administração territorial e dos serviços e recursos públicos, ou seja, deseja-se ganhar à escala e dimensão, procurando garantir que haja um melhor exercício  dos recursos, equipamentos, investimentos e serviços, providenciados pelos órgãos de administração públicos. Naturalmente que existe, também, um objetivo de redução de custos associado, que não é assumido como prioritário, mas que será contudo efetivo.

E neste capítulo muito se tem dito. Fala-se que esta reforma não trará reduções de custos e que servirá para aumentar ainda mais a despesa! Só de brincadeira se pode acreditar que será assim. E um fácil exercício de cálculo permite-nos concluir que uma nova freguesia (com pelo menos 5 mil habitantes) que surja da agregação de, por exemplo 5 ou 6 freguesias que rondem os mil habitantes, sairá menos onerosa que a soma das despesas com as anteriores freguesias. Cada uma daquelas freguesias (consideremos 5 freguesias) tinha um executivo composto por um Presidente de Junta, um Secretário e um Tesoureiro e uma Assembleia de Freguesia com sete elementos, ou seja, 15 pessoas no executivo e 35 nas Assembleias. Ora a nova freguesia, resultante da agregação daquelas cinco, terá um executivo com 5 pessoas - o Presidente, um Secretário e um Tesoureiro e dois Vogais - e uma Assembleia com 9 elementos (conforme a Lei atual). Passa-se de 50 pessoas para 14! E nem consideramos as reduções que serão conseguidas com as reformas que se efetuarão no Sector Empresarial Local.

Tem-se falado muito em "ganhar à escala". O que significa isso? Com freguesias maiores territorialmente será mais eficaz proceder a investimentos prioritários e providenciar mais e melhores serviços. A ideia anterior era a de que cada freguesia tinha de ter um conjunto de equipamentos e serviços ao seu dispor, mas isso torna complicado o investimento público efetivo, ainda para mais em tempos de contenção. Facilmente verificamos que se fizeram investimentos desajustados e desnecessários, com esbanjamento de recursos e fundos públicos. A titulo de exemplo, falo-vos de um caso que se passou no concelho vizinho de Fafe, mas do qual encontramos variadíssimos exemplos no nosso próprio concelho. No ano das últimas eleições autárquicas, tal como é habito entre os presidentes de câmara, existem inúmeras inaugurações de espaços e equipamentos públicos. Ora em Fafe, em duas freguesias vizinhas, com  cerca de 76 e 183 habitantes, respetivamente, o Presidente da Câmara procedeu à inauguração de dois polidesportivos (ao ar livre), um em cada freguesia! Numa freguesia com maior escala, haveria necessariamente um melhor racionamento do investimento. Todos concordamos que não eram necessários dois polidesportivos, tão próximos, para aquele número de habitantes e que com o mesmo investimento se poderiam providenciar outros e melhores serviços e equipamentos. É este o sentido de ganhar à escala.

Mas o que fazer em Trandeiras? Como deveremos encarar esta questão?
Sabemos o que nos diz a matriz orientadora para a reorganização do território na nossa freguesia: Trandeiras terá de se agrupar com outras freguesias para perfazer uma nova, com pelo menos 5 mil habitantes. Será que estes critérios nos servem? Ou poderemos pensar em outros melhores? Por exemplo, será que é mais interessante evoluirmos para uma agregação com outras freguesias, mas que não tenha necessariamente de ser com o mínimo de 5 mil habitantes? Será que em vez de falarmos em objetivos de mínimos de habitantes não podemos pensar noutro critério que nos pareça melhor para a nossa região? É nesta fase que nos encontramos e não na aplicação já certa dos critérios do Livro Verde, até porque os critérios finais poderão ser bastante diferentes dos atuais...
Importante será também considerar todos os outros fatores: históricos, culturais, de afinidade, interesses comuns... Não podemos esquecer a proximidade afetiva com Morreira e Lamas, resultante da vivência comunitária, em termos paroquiais. Não devemos esquecer, tão pouco, os serviços disponibilizados e utilizados referentes a Esporões - posto médico e o apoio do Centro Social e Paroquial de Esporões. Todas estas (e outras) questões terão de entrar na nossa reflexão e discussão. Só assim procuraremos e encontraremos, em conjunto, a melhor solução para todos. Mas para isso, é preciso não fugir ao problema, não ignorar a questão, não nos demitirmos das nossas responsabilidades, e promover a discussão e o debate.

Juntos por Trandeiras.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Reforma da Administração Local - Organização do Território

Ola amigos Trandeirenses,

Falamos já da Reforma da Administração Local, que se encontra em curso, e que está assente num documento publicado pelo Governo no final de Setembro último, chamado Documento Verde da Reforma da Administração Local.

Vimos que a reforma assenta fundamentalmente em quatro eixos distintos, mas interligados entre si, sendo que, o que mais discussão tem levantado, pelo impacto que terá nas populações, é o segundo eixo que se prende com a Organização do Território. Mas este é precisamente o eixo no qual as populações (ou seja, cada um de nós. Eu repito, cada um de nós!) têm algo a dizer e podem participar na sua construção. Isto acontece porque este eixo está, desde Novembro, aberto à discussão pública.

Importa então saber o que se pretende com esta Reforma, na vertente da Organização do Território. E isto é fundamental para podermos discutir convenientemente e com seriedade esta questão.

Nesse sentido, diz o Documento Verde, na sua pág. 10, que o objectivo principal deste eixo é:
"Realizar uma análise do actual mapa administrativo, promovendo a redução do actual número de Freguesias (4.259), pela sua aglomeração, dando origem à criação de novas Freguesias, com maior dimensão e escala, de acordo com as suas tipologias e salvaguardando as especificidades territoriais."
Mais à frente (págs. 11 e 21), é indicada qual a metodologia seguida:
"Definição de uma Matriz de Critérios que servirá de base ao debate local numa perspectiva orientadora, visando o reforço do poder de proximidade das novas Freguesias.
Pretende-se que o debate local seja ambicioso, assumindo o Governo o seu papel de promotor e agente estimulador deste diálogo."
"...ponderação de critérios relacionados com os serviços de proximidade prestados pelas Freguesias às populações, como por exemplo ATL e actividades para idosos;
Na elaboração da Legislação do novo Mapa Autárquico, as freguesias que forem agregadas verão respeitada a sua identidade, a sua toponímia, bem como a sua
história e cultura.
"
Temos, assim, que o objectivo é reformular o mapa administrativo em Portugal, com a criação de novas freguesias, que ganhem em dimensão e escala, de forma a proporcionar uma melhor gestão dos recursos e serviços públicos. Contudo, esta reordenação do mapa administrativo não se pretende imposta, antes pretende-se que sejam as populações, localmente, a debater e discutir esta questão, encontrando as melhores formas de o fazer, tendo por referência orientadora os critérios definidos pelo Governo e as especificidades locais, e sabendo de antemão que a identidade, história e cultura de cada freguesia actual será preservada.

É fundamental, então, conhecer quais os critérios orientadores para esta reorganização do território.
Actualmente existem 4259 freguesias e 308 municípios em Portugal, que o Governo dividiu em três classes, dependentes da densidade populacional, assim distribuídas:

Tipologia do Município em função da sua densidade populacional, pág. 22
Uma vez distinguidos os municípios e as freguesias de acordo com a sua topologia, encontramos no Documento Verde a proposta de matriz para os critérios de organização territorial que é a seguinte:

Proposta de Matriz de Critérios de Organização Territorial, pág. 23
Uma vez que o concelho de Braga tem uma densidade populacional, de acordo com os Censos 2011, de mais de 500 habitantes por quilómetro quadrado, está classificado no Nível 1 e, por isso, serão aplicados os parâmetros incluídos no 1.º Critério. Ou seja, As freguesias em sede de município, que distam até 3 km da sede, terão de ter no mínimo 20 mil habitantes. As restantes freguesias - exteriores ao perímetro da cidade - serão agrupadas de acordo com dois critérios: aquelas que estão a menos de 10 km da sede do município, terão de ter no mínimo 5 mil habitantes; as que distam mais de 10 km da sede de município, terão de ter no mínimo 3 mil habitantes. Estes são os critérios base propostos, o que não significa que sejam estes os que aparecerão na Lei final. Estes servem somente para lançar e fomentar a discussão e interessa agora debatê-los e melhorá-los.


São estes os critérios apresentados pelo Governo como base de discussão, ou seja, isto é o que o Governo pretende com a Reforma da Administração Local. No entanto, a melhor forma de os ajustar, a melhor maneira de os conceber mediante as condições locais, a sugestão de novos e melhores critérios, cabe a cada um de nós. Todos temos voz e voto nesta matéria e todos podemos contribuir para esta reforma, tendo em conta as necessidades, as especificidades, as vontades, os interesses de cada população e local. E não podemos passar ao lado desta discussão sobre pena de vermos serem aplicados cegamente os critérios que serão incluídos na Lei final (que podem até ser bem diferentes destes do documento verde), só porque nos recusamos a discuti-los e melhorá-los, por birra, desinteresse, sobranceria ou má fé.

Juntos por Trandeiras.